1 – APRESENTAÇÃO

É com grande satisfação que a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro recebe os candidatos à primeira turma do Programa de Pós-Graduação em Educação Agrícola (PPGEA). Aprovado pela deliberação nº 22 de 22 de abril de 2003 do douto Conselho de Ensino Pesquisa e Extensão da UFRRJ. O PPGEPA tem por objetivo a formação e capacitação de docentes cuja função é o de formarem profissionais que atendam as exigências próprias do mundo rural, agrícola e agrário.

Este Programa ora em implantação, vem em realidade, sendo construído ao longo dos últimos seis anos como parte de um projeto de pesquisa. Neste período, foram desenvolvidas duas teses de Mestrado, uma de Doutorado e um Pós-doutorado e neles discutidos os conceitos, a concepção e a organização do programa na forma como hoje esta sendo apresentado. Esta iniciativa da UFRRJ é parte de sua consciência de que o Brasil como uma grande nação apresenta grandes problemas. Todavia, qualquer que sejam os caminhos tomados no encontro de soluções, estes deverão passar prioritariamente pela via da Educação. E neste caso, a formação de professores assume importância primeira.

Seria impossível a elaboração de uma proposta com tal magnitude e ousadia sem a colaboração e participação de parceiros que comungassem do mesmo pensar. Fomos encontrá-los dentro e fora do país. Assim a UFRRJ no desenvolvimento desta proposta, contou com o apoio de renomadas instituições como a Ecòle Nationale de Formation Agronomique de Toulouse - França (ENFA) e a Faculdad de Agronomia da Universidad de Buenos Aires - Argentina (FAUBA). Internamente, tivemos apoio da rede de Escolas Agrotécnicas Federais (EAF´s) e dos Centros Federais de Educação Tecnológica (CEFET´s). No governo com a Secretaria de Educação Média e Tecnológica e a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino Superior (CAPES).

Sem abrir mão dos critérios de qualidade e excelência que sempre nortearam nossas ações no campo da Educação, a UFRRJ coloca a disposição deste Programa toda sua capacidade física instalada e um quadro de pessoal técnico administrativo e docente altamente qualificados.
Sabemos também que, o sucesso de um programa desta natureza está intimamente ligado ao esforço e desempenho de cada um dos candidatos. Se por um lado a consciência nos dita que o desafio que se apresenta é muito grande, por outro, temos certeza de que a soma das forças daqueles que se reuniram para superá-lo é muito maior.

2 - HISTÓRICO DA INSTITUIÇÃO

A UFRRJ tem suas origens no Decreto 8.319 de 20 de outubro de 1910, assinado por Nilo Peçanha, Presidente da República, e por Rodolfo Nogueira da Rocha Miranda, Ministro da Agricultura. Ele estabeleceu as bases fundamentais do ensino agropecuário no Brasil, criando a Escola Superior de Agronomia e Medicina Veterinária, cujo primeiro diretor foi o engenheiro agrônomo Gustavo Dutra. A sede foi instalada, em 1911, no palácio do Duque Saxe, onde hoje está o CEFET/MEC, no maracanã, Rio de Janeiro.

Inaugurada oficialmente em 1913, funcionou por dois anos com seu campo de experimentação e prática agrícola em Deodoro. Fechada sob alegação de falta de verbas para manutenção, em março de 1916 fundiu-se à Escola Agrícola da Bahia e à Escola Média Teórico-Prática de Pinheiro, onde hoje estão instalados o Campus de Pinheiral e o Colégio Agrícola Nilo Peçanha.

Em 1918, a Escola foi transferida para a Alameda São Boaventura, em Niterói, onde funciona hoje o Horto Botânico do Estado do Rio de Janeiro. O seu novo regulamento só foi aprovado em 1920, quando foi criado mais um curso, o de Química Industrial. Em 1927, a Escola mudou-se para a Praia Vermelha, no Rio de Janeiro.

Em março de 1934, as Escolas Nacionais de Agronomia e Nacional de Veterinária tiveram o regulamento comum aprovado e tornaram-se estabelecimentos-padrão para o ensino agronômico do País.

A Portaria Ministerial de 14 de novembro de 1936 tornou as Escolas independentes, com a aprovação de seus próprios regimentos. Em 1938, o Decreto Lei nº 982 reverteu a situação - enquanto a escola nacional de agronomia passou a integrar o Centro Nacional de Agronomia passou a integrar o Centro Nacional de Ensino e Pesquisas Agronômicas (CNEPA), recém-criado, a escola Nacional de veterinária passou a subordinar-se diretamente ao Ministro do Estado.

- NASCE A RURAL

O CNEPA foi reorganizado em 1943, nascia então a Universidade Rural, abrangendo na época a Escola Nacional de Agronomia, Escola Nacional de Veterinária, Cursos de Aperfeiçoamento e Especialização, Cursos de Extensão, serviço Escolar e Serviço de Desporto.

Com os Cursos de Aperfeiçoamento e Especialização iniciava-se um programa de treinamento pós-graduado para as áreas específicas dos currículos de Agronomia e Veterinária.

Um ano depois, o novo regimento do CNEPA, aprovado pelo Decreto Lei nº 16.787, unificou os novos cursos de aperfeiçoamento, especialização e extensão, além de criar o Conselho Universitário, à semelhança do hoje existente.

A Universidade, além de consolidar os novos cursos e serviços criados, tomava as providências para, em 1948, transferisse o seu campus para as margens da Antiga Rodovia Rio - São Paulo, hoje Br 465.

O ano de 1961 trouxe um novo Decreto, o de número 50.113, que, mais uma vez, alterou o regimento do CNEPA - a Universidade ganhou um novo órgão, a Escola Agrícola, então com denominação de Escola Agrotécnica Ildefonso Simões Lopes.

Somente em 1963, pelo Decreto nº 1.984, a Universidade Rural passou a denominar-se Universidade Federal Rural do Brasil, envolvendo a Escola Nacional de Agronomia, a Escola Nacional de Veterinária, as escolas de Engenharia Florestal, Educação Técnica e Educação Familiar, além dos cursos técnicos de nível médio dos Colégios Técnicos de economia Doméstica e Agrícola "Ildefonso Simões Lopes".

- O NOME ATUAL

A atual denominação - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro - veio com a Lei nº 4.759, de 1965.

A UFRRJ, uma autarquia desde 1968, passou a atuar com uma estrutura flexível e dinâmica para acompanhar a Reforma Universitária que se implantava no País. Com a aprovação de seu Estatuto, em 1970, a Universidade veio ampliando suas áreas de Ensino, Pesquisa e Extensão, tendo, em 1972, iniciado o sistema de cursos em regime de créditos.

- A CRIAÇÃO DOS CURSOS

Em 1966 é criado o curso superior de Química. Em 1968, a Escola Nacional de Agronomia e Veterinária se transformam em cursos de graduação. Em 1969, são criados os cursos de Licenciatura em Historia Natural, Engenharia Química e Ciências Agrícolas. Em 1970, têm início os cursos de Geologia, Zootecnia, Administração de Empresas, Economia e Ciências Contábeis. Em 1976, foram criados os cursos de Licenciatura plena em Educação Física, Matemática, Física e o Bacharelado de Matemática.

O primeiro curso noturno - Administração de Empresas - iniciou suas atividades em 1990. Em 1991, foi criado o curso de Engenharia de Alimentos.

Os primeiros cursos de Pós-graduação na UFRRJ iniciaram as suas atividades em 1965. Foram oferecidos três cursos em nível de Mestrado: Medicina Veterinária - Parasitologia Veterinária, Agronomia - Ciência do Solo e Química Orgânica - que se consolidaram ao longo dos anos, dando origem a Cursos de Doutorado nos anos de 1977, 1979 e 1993, respectivamente. De 1976 a 1988 foram implantados os cursos de Mestrado em Ciência e Tecnologia de Alimentos, Patologia Veterinária, Microbiologia Veterinária, Desenvolvimento Agrícola e Fitotecnia. Em 1993, entrou em atividade o Curso de Mestrado em Ciências Ambientais e Florestais; em 1995, o curso de Mestrado em Fitotecnia criou a área de Agroecologia. Foram criados em 1994 e 1995 os cursos de mestrado e doutorado em Biologia Animal, doutorado em Ciências e Tecnologia de Alimentos, doutorado em Sanidade Animal e mestrado em Zootecnia.

Além dos cursos de Mestrado e Doutorado, a Universidade Rural vem oferecendo, nos últimos anos, vários cursos de especialização lato sensu em diversas áreas da Ciência. Em 1996, teve início um novo curso de especialização em Gestão e Estratégia no Agribusiness.

3 - UNIDADES UNIVERSITÁRIAS

As Unidades Universitárias que compõem a Universidade Rural são: a Reitoria e os órgãos a ela diretamente ligados, os Decanatos, os Institutos, além de outros órgãos.

- REITORIA

A Reitoria é o órgão máximo de execução, coordenação, fiscalização e superintendência de todas as atividades da Instituição. É exercida pelo reitor, auxiliado pelo Vice-Reitor, que o substitui em suas faltas e impedimentos. Ocupam atualmente esses cargos:

Reitor: Professor Ricardo Motta Miranda
Vice-Reitor: Professora Ana Maria Dantas Soares

Estão vinculados à Reitoria, além de outros órgãos:
• Procuradoria Geral
• Gabinete da Reitoria
• Secretaria Administrativa
• Secretaria de órgãos Colegiados
• Assessoria

- DECANATOS

A partir de 1977, visando a aplicação do princípio de delegação de competência, a Reitoria colocou em funcionamento os Decanatos, órgãos executivos de coordenação e supervisão ligados diretamente à Reitoria:

Assuntos Administrativos (DAA)
Assuntos Estudantis (DAE)
Ensino de Graduação (DEG)
Extensão (DE)
Pesquisa e Pós-graduação (DPPG)
Assuntos Financeiros (DAF)

- INSTITUTOS

Unidades Universitárias coordenadas e integradas administrativamente, onde as atividades de ensino, pesquisa e extensão são desenvolvidas. Cada Instituto é integrado da seguinte forma: Conselho Departamental, Diretoria, departamento e Secretaria Administrativa.
Conselho Departamental: Órgão consultivo e deliberativo do Instituto, visando a integração do ensino, pesquisa e extensão.
Departamento: É a menor unidade da estrutura universitária no que se refere à organização administrativa, didática, científica e de distribuição de pessoal, reunindo disciplinas afins. Os professores são lotados nos Departamentos, competendo a estes a oferta das disciplinas afins.

4 - COLEGIADO DO PROGRAMA

•Coordenador Titular: Prof. Gabriel de Araújo Santos - gasantos@ufrrj.br
•Coordenador Substituto: Prof.ª Sandra Barros Sanchez - sbsanchez2003@yahoo.com.br
•Representante da área de Educação e Sociedade
•Representante da área de Ensino da Produção Animal
•Representante da área de Ensino da Produção Vegetal
•Representante da área de Ensino da Agroindústria
•Representante da área de Educação e Meio Ambiente
•Representante do corpo Discente (aluno do programa)

5 - ENDEREÇO PARA CONTATO

UFRRJ - Instituto de Agronomia - PPGEA
Programa de Pós-graduação em Educação Agrícola
BR 465 Km 7 - Seropédica - RJ - 23.890-000
Tels: (21) 3787-3772 / 3787-3692

6 - LOCALIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO

O Município de Seropédica conta com uma área de 274 Km2 sendo que grande parte desta área pertence ao governo federal.

População: 70.000 habitantes aproximadamente

Limites do município:
• Município do Rio de Janeiro
• Queimados
• Japeri
• Piraí
• Paracambi
• Itaguaí
• Nova Iguaçu

Principais vias de acesso:
BR 116 - Via Dutra
BR 465 - Antiga Rio - São Paulo
RJ 099

7 - ESTRUTURA DO PROGRAMA

O mestrado no regime de formação por alternância tem a duração de 18 meses, divididos em 05 módulos:
• Módulo I: de construção, reforço, revisão e atualização do saber e fazer pedagógico;
• Módulo II: de revisão, atualização e construção do saber e fazer profissional;
• Módulo III: de estágios;
• Módulo IV: de trabalho individual;
• Módulo V: de avaliação do candidato.
Nesta modalidade de formação os períodos serão alternados entre o Centro de Formação e a Instituição do candidato.

8 - ARQUITETURA DE FORMAÇÃO DO PROGRAMA

Legendas:

As 16 semanas nos CEFET´s regionais serão organizadas abordando-se os eixos temáticos através de aulas; grandes conferências, reflexões sobre os temas transversais, trabalhos em pequenos grupos, trabalhos individuais, debates.
Nesta semana haverá conferências com temas que permeiam todos as áreas do mestrado (aulas virtuais).
As semanas na Instituição, os alunos, irão utilizar suas atividades docentes com "laboratório", realizando seus trabalhos individuais solicitados durante a semana no Centro e por seu orientador (atividades complementares por área).

9 - TRAJETÓRIA INDIVIDUAL DE FORMAÇÃO (TIF)

A primeira semana de atividades dos candidatos dentro do programa será realizada na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro e reservada como uma semana de encontros, descobertas, reflexões e conhecimento tanto no individual, como no coletivo (colegas, professores, orientadores, funcionários), também do meio físico, bem como dos métodos que serão utilizados durante o processo, e das normas e regras a que os candidatos estarão submetidos durante o período de formação.

Durante esta semana, os candidatos trabalharão assistidos por seus orientadores na elaboração de sua Trajetória Individual de Formação (TIF). Assim, num primeiro momento serão listados todos os possíveis elementos do indivíduo que possibilitem contribuir decisivamente para organização e planejamento do processo de formação individual. Ainda dentro desta semana e numa segunda fase, esses dados serão analisados e interpretados por um comitê pedagógico do programa, e que conjuntamente com o candidato, estabelecerão a sua TIF.

Algumas questões a serem levantadas quando da elaboração da Trajetória Individual de Formação:
1) As razões pessoais que levaram o candidato a se apresentar ao programa de formação.
2) Seus objetivos e suas expectativas com relação ao programa.
3) Um diagnóstico sobre seu domínio e atualização na sua área de conhecimento. (Disciplina ou disciplinas lecionadas).
4) Um diagnóstico sobre seu domínio e atualização nas áreas de conhecimento de domínio conexo.
5) Sua condição profissional no tocante ao saber e ao fazer pedagógico.
6) Domínio dos métodos, do instrumental e das ferramentas profissionais e pedagógicas dentro de sua área de atuação.
7) A eleição ou a escolha de um tema para o desenvolvimento de um trabalho pessoal, e que será apresentado ao final do programa de formação.
8) Suas projeções e expectativas futuras.
9) Levantamento e descrição dos principais meios e métodos que serão utilizados durante o período de formação.
10) Relato sobre sua experiência docente.
11) Pontos comuns e divergentes entre o projeto pessoal e o projeto institucional.
12) Sua representação sobre a escola, a educação e suas funções dentro da sociedade.
13) Sua bibliografia de base (pedagógica e profissional).
14) Seu conhecimento de outras línguas.
15) Seu conhecimento de informática.
16) Sua capacidade de compreender e interagir com cultura diferente da sua.
17) Sua representação sobre questões de interesse público e privado.
18) Sua representação sobre os jovens e seu comportamento.

10 - MÓDULO III - ESTÁGIOS: PEDAGÓGICO E PROFISSIONAL

Obtenha todas as informações no link: http://www.ia.ufrrj.br/ppgea/conteudo/Guia_Mestrando.doc


11 - TUTORAMENTO E ACOMPANHAMENTO

Quanto ao tutoramento, sugere-se 02 (dois) orientadores, já que o programa possui duas vertentes, uma profissional e uma investigativa. Estas vertentes estarão bem definidas na TIF de cada mestrando.

Um dos orientadores estará representado pelos Coordenadores Regionais, este terá um caráter gestor, procurando auxiliar aos mestrandos a realizar seus trabalhos através de contatos com especialistas, bibliografias, etc.

O segundo orientador será um especialista (auxiliado ou não por um especialista pedagógico) que atuará, auxiliando o mestrando a desenvolver sua investigação.

O acompanhamento das atividades solicitadas pelos especialistas e pela Coordenação ocorrerá durante as Semanas de Formação.

Os instrumentos utilizados para esse acompanhamento serão os mais variados:
•meios eletrônicos;
•um memorial descritivo das suas atividades, destacando os avanços em sua TIF, bem como as dificuldades encontradas;
•trabalhos individuais indicados para melhorar seus conhecimentos técnicos (atividades complementares);
•trabalhos teóricos/práticos solicitados durante as Semanas de Formação;
•seminários socializando os avanços de sua TIF e de seu trabalho de investigação (dissertação).

12 - SISTEMA DE AVALIAÇÃO

A avaliação dos assuntos correspondentes aos diferentes eixos temáticos se levará a cabo através de exames finais e do desempenho atingido nas distintas atividades do programa.
Para a obtenção do título de Mestre será requerida a aprovação em todos os assuntos e atividades que compõem o programa, assim como a defesa de um Projeto de Dissertação de Mestrado, que será avaliado por uma banca de 03 membros.

13 - PERFIL DO TRABALHO DE INVESTIGAÇÃO

A dissertação se constituirá em um aporte original de investigação sobre temas referentes à problemática das escolas agrícolas.

14 - ASPECTOS POSITIVOS DO MODELO PROPOSTO

Tempo de fomação:

A grande maioria dos programas de pós-graduação, estão estruturados dentro do modelo convencional que utiliza como unidade de planejamento e programação a semana (40 horas) e o semestre, (dois por ano letivo). Neste sistema, um credito vale uma hora de aula por semana /semestre. Um semestre letivo corresponde em media a 15 semanas. Assim, a carga horária disponível e passível de ser utilizada pelos programas corresponde a um total de: 40 horas x 15 semanas x 2 semestres =1200 horas. Como os cursos de mestrado são programados para serem realizados em 24 meses, o total da carga horária disponível passa então a ser de 1200x 2=2400 horas.

Dentro do modelo proposto, o tempo ideal considerado para a formação de um candidato observando os princípios e objetivo da proposta são de 18 meses corridos em tempo integral e dedicação exclusiva, ou 72 semanas. Neste contexto, a carga horária total disponível para organização e planejamento da proposta fica sendo de 40x72=2880 horas.

Não descontestualização do profissional:

A permanência do docente na região e na escola com uma carga horária mínima de lecionação é considerado neste modelo como fator positivo e metodológico Dentro da pedagogia da alternância, a carga horária de aulas do docente em formação é contabilizada como trabalho pratico. É neste momento que o candidato aplica ou testa os novos conhecimentos, metodologias, ou modelos discutidos e apresentadas pelo programa. O não afastamento do docente de sua principal atividade e a sua não descontestualização da região e de seu ambiente de trabalho favorece no sentido de que os conceitos, conhecimentos e modelos novos, discutidos e apresentados pelo programa sejam contextualizados, inseridos e testados imediatamente dentro de sua realidade, sendo seus resultados avaliados em seções subseqüentes.

Economicidade:

Do ponto de vista de custos, como a proposta apresentada não prevê a contratação de professores substitutos, já que o docente em formação permanece com um mínimo de carga horária letiva, nem o fornecimento de bolsas, já que o candidato não é obrigado a se transferir, via de regra acompanhado de sua família para outras regiões, por pelo menos dois anos, o programa se apresenta comparativamente a outros modelos, onde estes encargos aparecem como custos fixos por docente afastado, mais econômico.

Não estão aqui computados despesas com deslocamento e ajuda de custo para instalação dos candidatos, o que em muito elevaria a diferença aqui apresentada.

Fortalecimento e consolidação da reforma:

Reconhecidamente o maior entrave para a adoção e implementação da reforma levada a termo pelo MEC a partir de 1997 dentro do sistema de educação profissional agrícola, foi a não preparação do pessoal docente e a relativa desinformação deste contingente profissional sobre os propósitos, objetivos, conteúdos e metodologias contidos no projeto de reforma. Na proposta aqui apresentada, um dos principais objetivos a ser alcançados é o de preparar e instrumentalizar o pessoal docente e atuante no ensino profissional agrícola, para que de uma forma consciente e critica possam atuar como agentes capazes de compreender, avaliar, julgar, conceber e implementar dentro de suas realidades as recomendações contidas nos referencias curriculares nacionais de educação profissional, notadamente aqueles dirigidos ao setor da agropecuária.

Valorização da escola como locus fundamental:

Dentro da concepção do modelo apresentado, a escola agrícola é colocada como o locus fundamental no processo de desenvolvimento regional. Será ela a promotora do processo de resgate do patrimônio cultural e sobre este resgate construído um novo conceito de desenvolvimento. Ela, a escola, não poderá ser mais considerada unicamente como um centro meramente transmissor ou repassador de conhecimentos. Se constituirá sim, num polo de desenvolvimento regional integrado, interagindo direta e permanentemente com a sociedade e suas instituições. Atuará, consultando, interpretando e traduzindo suas vocações, anseios e necessidades. Estará também promovendo e participando da criação de novos conhecimentos.

Apoio e cooperação internacional:

O projeto apresentado e em discussão para ser implantado, vem sendo construído e trabalhado ao longo dos dois últimos anos em estreita colaboração com a Ecole Nationale de Formation Agronomique de Toulouse (França). Esta cooperação, tão importante e fundamental para que o projeto tenha alcançado este nível de concepção devera continuar visto que a aplicação do modelo proposto nas condições brasileiras vai requerer um monitoramento permanente, pelo menos nos primeiros anos. Todo esse cuidado será observado no sentido de que a excelência e a qualidade do programa não sejam afetadas em função de possíveis dificuldades a serem suplantadas e ajustes que por ventura se fizerem necessários. Desta forma, a troca de experiências entre as equipes da UFRRJ e da ENFA-Toulose, se apresenta oportuna uma vez que a ENFA guarda um acúmulo de conhecimento e experiência no que concerne a formação de docentes de escolas agrícolas a pelo menos 30 anos.

Ainda dentro do âmbito da cooperação internacional contatos já foram realizados com a Universidade de Buenos Aires (ida de dois professores da UFRRJ em novembro de 2001 a UBA e vinda de três professores da UBA nesta mesma época a UFRRJ) no sentido de que uma comissão conjunta pudesse estabelecer uma pauta de trabalho sobre o projeto, objetivando estende-lo no âmbito do Mercosul. Estas conversações já se encontram em franco desenvolvimento, estando prevista inclusive a participação de um professor especialista em Ciência da Educação da UBA na etapa de formação dos formadores.

Reforça os centros de referencias regionais:

A criação dos centros regionais de formação, reforça a idéia contida dentro da reforma de desenvolver centros de referencias regionais. A interiorização do conhecimento, e a democratização do saber, chegando aos mais distantes e longínquos recantos de nosso pais, fazem parte do projeto de fortalecimento e redefinição do papel das Escolas Agrícolas e das Universidades dentro do cenário da educação e da produção agrícola brasileira. O respeito a cultura regional, e o desenvolvimento do programa observando e atendendo as condições e as potencialidades de cada região são fatores imperativos dentro da proposta.

Rompe isolamento histórico:

O programa apresentado rompe definitivamente com as barreiras existentes entre as Escolas Agrícolas, as Universidades e os Institutos de Pesquisa. O isolamento em que permaneceu as EAFs afastando-as dos centros de formação, criação e geração do saber, será definitivamente superado com a implantação de um programa com estas características. Com o fluxo de candidatos e de formadores de forma permanente e contínua se estabelecerá uma via expressa de comunicação interligando estas instituições nos dois sentidos, dando a certeza e garantia de que uma nova era de relações e trocas se estabelecerá, modificando positivamente a realidade atual e futura destas instituições.

Adoção de métodos modernos e novas tecnologias:

A concepção da proposta apresentada, tem como base a incorporação do que de mais moderno vem sendo aplicado em métodos e tecnologias em Educação Profissional Agrícola. A pedagogia da alternância, associada a educação assistida, a interdisciplinaridade e a pedagogia de projetos, fazem parte hoje do processo de transformação educacional por que passam as grandes nações européias cujos modelos educacionais sempre nos serviram de referencia.

Avaliação do programa:

O programa devera ser avaliado anualmente por uma comissão de 3 expertes em pós graduação indicados pelo MEC-SEMTEC, e cujas funções será de proceder a avaliação do programa em seus princípios, objetivos, metas e métodos.

Esta comissão, terá plena liberdade de trabalho, devendo realizar consultas aos documentos, entrevistas, visitas aos centros, e no final apresentar relatório consubstanciado onde constarão suas considerações sobre o programa. Este relatório será enviado ao MEC-SEMTEC, e a UFRRJ, que dele tomarão conhecimento, tomando a partir daí as providencias cabíveis no sentido de atender as possíveis recomendações constantes e pertinentes.

Atualmente o PPGEA conta com as seguintes parcerias:

Nacionais

Governo Federal:
MEC / SETEC - Ministério da Educação e Cultura / Secretaria de Educação Tecnológica
Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica
CAPES - Coordenação de Capacitação e Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino Superior
Instituições Federais de Ensino Superior

Instituições Nacionais de Pesquisa:
EMBRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
PESAGRO - Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado do Rio de Janeiro

Internacionais

Instituições Internacionais de Ensino e Pesquisa:
ENFA - Ecole Nationale de Formartion Agronomique de Toulouse – FRANÇA
FAUBA - Faculdade de Agronomia da Universidade de Buenos Aires – ARGENTINA
UNAH - Universidad Agraria de la Habana – CUBA