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Título: Criado na Roça: Trajetória e Construção Identitária do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano - Campus Santa Inês (1993-2008).
Resumo: Este estudo vincula-se à História da Educação Brasileira, no âmbito da História das Instituições Educacionais. Tem por objeto de estudo a trajetória e construção identitária do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano- Campus Santa Inês (IF Baiano CSI), lócus da pesquisa. O objetivo geral é explicitar o processo de construção identitária com vista a firmar o referencial identitário da instituição, desde sua criação em 1993 como Escola Agrotécnica Federal de Santa Inês (EAFSI), até a recente reforma implantada pela Lei 11.892/08. Utilizamos a abordagem qualitativa, a metodologia interativa adaptada da técnica do círculo hermenêutico dialético (CHD) de Egon Guba e Ivonna Lincoln, (1989) que consiste em um processo de construção e reconstrução da realidade, fundamentada no diálogo entre os participantes e na análise hermenêutica-dialética (AHD) de Maria Cecília de Souza Minayo (1996), que complementa o CHD, aprofundando a análise de dados coletados e tendo o referencial teórico para nortear o processo e apreender o sentido da fala do autor no contexto histórico-cultural.Para a coleta de dados sobre a construção identitária da instituição fez-se análise bibliográfica e documental sob um enfoque crítico e interpretativo, a fim de definir as categoriais teóricas e empíricas. Foram realizadas entrevistas com os diversos atores sociais (Ex-diretores, docentes, técnicos, ex-alunos e pais), envolvidos com o objeto de estudo. Os depoimentos nos ajudam a compreender as relações sociais existentes entre os diversos sujeitos e os fatores que atuam no sistema educacional. Após análise bibliográfica e documental, foram definidas as categorias teóricas, que são três: materialidade, representação e apropriação. Buscou-se, então, trilhar os quinze anos de existência do IF Baiano – CSI, considerando sua trajetória como resultado de aspectos relacionados ao sistema político, aos valores atribuídos à instituição educacional pela comunidade e à forma como o sistema econômico interfere na organização e desenvolvimento do sistema de ensino e na educação agrícola brasileira, através de determinantes legais que não consideram as instituições educacionais como órgãos distribuídos em diferentes localidades do território nacional e que, por isso, são social e culturalmente diversas, provocando uma fluidez contínua, aligeirada, conflituosa entre seus elementos constituintes. O desencontro entre essas determinantes legais e a instituição impede, pois, uma construção identitária planejada, positiva e dificulta que esta atenda aos interesses sociais e até mesmo do capital.
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