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Título:
O texto e o seu potencial através do agir comunicativo em Habermas.
Resumo: Esta pesquisa investigou a capacidade
de compreensão, interpretação textual e argumentativa
de educandos do Ensino Médio Integrado ao Curso Técnico
em Agropecuária do Campus-Barreiros-IFPE por meio de um programa
inovador de ensino de Língua Portuguesa, alicerçado no texto,
direcionado para a dialógica textual, a partir de prática
interativa de leitura baseada na teoria do agir comunicativo referenciada
nas ideias de Jürgen Habermas. Partindo do pressuposto de que o ensino
de Língua Portuguesa continua centralizado na gramaticalização,
sentimos a necessidade de desenvolver práticas pedagógicas
que deem a esse ensino, por meio de atividades dialógicas e interativas,
a função de formar profissionais aptos a argumentar, compreender
e interpretar a sociedade na qual está inserido. Teve como objetivo
contribuir para a melhoria da qualidade do ensino de Língua Portuguesa,
dirimindo a racionalidade técnica – sustentada pela prática
de ensino tradicional e afirmando uma educação pautada no
agir comunicativo – sob inspiração das ideias da teoria
de Habermas, a partir de uma experiência de ensino/aprendizagem
inovadora. Fizemos revisão de literatura que veio corroborar com
a tese de que o ensino de Língua Portuguesa está balizado
ainda numa pedagogia tradicional, formando jovens com baixo nível
de compreensão e argumentação. Subsidiaram esta pesquisa
o arcabouço teórico de Habermas (O agir comunicativo), Geraldi,
Orlandi, Zilberman, Marcuschi, entre outros que discutem o objeto da pesquisa.
Para orientar o desenvolvimento do nosso trabalho e responder as nossas
inquietações acerca das dificuldades de interpretação
e argumentação apresentadas por nossos educandos, optamos
por uma abordagem inspirada nas formulações habermasianas,
como também pela pesquisa qualitativa. A pesquisa foi realizada
com um grupo de trinta e sete alunos da 3ª série “D”do
Curso Técnico Integrado em Agropecuária do Campus- Barreiros-IFPE,
no período de maio a outubro de 2010, realizamos atividades de
leitura de cinco textos, selecionados pela pesquisadora para o exercício
de diálogo democrático, a cada prática de leitura,
trabalhamos a interpretação e, consequentemente, a argumentação
oral. Para a coleta de dados, foram realizadas vinte aulas-encontro, utilizamos
o MP3 para gravarmos as respostas de todos os alunos e, posteriormente,
foram feitas as transcrições para analisar os dados. Os
resultados foram discutidos à luz da teoria habermasiana do agir
comunicativo e também em consonância com a concepção
de Geraldi sobre texto em sala de aula. Ao discutir os resultados, percebemos
que a prática dialógica envolvendo professores e alunos
colaborou, indubitavelmente, para o crescimento intelectual e pessoal
de cada um dos participantes, uma vez que, no trabalho dialógico,
o aluno expõe suas ideias, ele é enunciador e não
apenas expectador, todos são interactantes, onde constroem e são
construídos, modificam e são modoficados. Apesar de ter
sido um método de ensino voltado para o interacionismo, houve participantes
que atuavam timidamente, ou deixavam de participar, alguns por dificuldades
linguísticas, outros por dificuldades de interação,
ou seja, de socialização. Tal resultado evidenciou a necessidade
da continuidade de práticas como estas e/ou outras que estimulem
o aluno a pensar, falar, ouvir e ser ouvido. |
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