|
Título:
A prática da pesquisa no ensino agrotécnico
de Santa Catarina
Resumo: O momento histórico
vivido decorrente da economia globalizada e da revolução
tecnológica, cujas transformações são muito
rápidas e acontecem num intervalo muito estreito entre a descoberta
e sua utilização, vem provocando mudanças no conceito
de competência profissional. Hoje, há necessidade de se aliar
a competência técnica com a capacidade intelectual. Porém,
o surgimento desse novo técnico está condicionado à
concepção de ensino que vigora nos colégios técnicos
que são responsáveis pela sua formação. Ao
considerar que tal construção pode ser concretizada pelo
processo de pesquisa, conduzido pelo professor, e que o nível de
formação profissional dos professores que compõe
a rede pública de ensino agrotécnico federal é composta,
em sua maioria, de mestres e doutores, portanto, habilitados formalmente
para adotar tal prática, pode-se inferir que o recurso da pesquisa
representa uma estratégia relevante de aprendizagem, podendo tornar
docentes e discentes parceiros na busca do conhecimento, conjugando teoria
e prática no processo educativo. A pesquisa foi realizada junto
aos docentes do Curso Técnico em Agropecuária concomitante
ao Ensino Médio das cinco escolas federais de Santa Catarina. O
método utilizado para análise e interpretação
dos dados foi baseado na análise de conteúdo de Bardin.
Através de um questionário, investigou-se a prática
da pesquisa pelos docentes dessas instituiç6es, visando verificar
se ela acontece, e se não, quais os principais fatores que estão
impedindo que professores qualificados a desenvolvam. Os resultados mostraram
que, a prática da pesquisa científica é uma realidade
nas instituições pesquisadas, contrariando nosso entendimento
inicial de que ela não acontecia. Os dados mostram uma atuação
bem expressiva dos envolvidos, uma vez que dos 102 professores, sujeitos
da pesquisa, 54 afirmaram que fazem pesquisa científica e destes,
53 envolvem os alunos nesses trabalhos. Quanto aos principais fatores,
citados pelos professores, que interferem no desenvolvimento da prática
de pesquisa, as respostas que obtiveram um índice mais expressivo,
foram: como forma de obter recursos para atualizar/modernizar as unidades
didáticas de produção; possibilidade de divulgação
de pesquisa em eventos e a consciência da importância do papel
da pesquisa na formação profissional do educando. Outros
fatores foram apontados, também, só que por um número
menos expressivo de professores: a falta de incentivo da administração
escolar; falta de interesse dos alunos e falta de suporte e orientação
sobre a elaboração de projetos, o que dificulta o envolvimento
em todo o processo.
|
|