Mariléia Vanin Dissertação na íntegra
 

Título: A prática da pesquisa no ensino agrotécnico de Santa Catarina

Resumo: O momento histórico vivido decorrente da economia globalizada e da revolução tecnológica, cujas transformações são muito rápidas e acontecem num intervalo muito estreito entre a descoberta e sua utilização, vem provocando mudanças no conceito de competência profissional. Hoje, há necessidade de se aliar a competência técnica com a capacidade intelectual. Porém, o surgimento desse novo técnico está condicionado à concepção de ensino que vigora nos colégios técnicos que são responsáveis pela sua formação. Ao considerar que tal construção pode ser concretizada pelo processo de pesquisa, conduzido pelo professor, e que o nível de formação profissional dos professores que compõe a rede pública de ensino agrotécnico federal é composta, em sua maioria, de mestres e doutores, portanto, habilitados formalmente para adotar tal prática, pode-se inferir que o recurso da pesquisa representa uma estratégia relevante de aprendizagem, podendo tornar docentes e discentes parceiros na busca do conhecimento, conjugando teoria e prática no processo educativo. A pesquisa foi realizada junto aos docentes do Curso Técnico em Agropecuária concomitante ao Ensino Médio das cinco escolas federais de Santa Catarina. O método utilizado para análise e interpretação dos dados foi baseado na análise de conteúdo de Bardin. Através de um questionário, investigou-se a prática da pesquisa pelos docentes dessas instituiç6es, visando verificar se ela acontece, e se não, quais os principais fatores que estão impedindo que professores qualificados a desenvolvam. Os resultados mostraram que, a prática da pesquisa científica é uma realidade nas instituições pesquisadas, contrariando nosso entendimento inicial de que ela não acontecia. Os dados mostram uma atuação bem expressiva dos envolvidos, uma vez que dos 102 professores, sujeitos da pesquisa, 54 afirmaram que fazem pesquisa científica e destes, 53 envolvem os alunos nesses trabalhos. Quanto aos principais fatores, citados pelos professores, que interferem no desenvolvimento da prática de pesquisa, as respostas que obtiveram um índice mais expressivo, foram: como forma de obter recursos para atualizar/modernizar as unidades didáticas de produção; possibilidade de divulgação de pesquisa em eventos e a consciência da importância do papel da pesquisa na formação profissional do educando. Outros fatores foram apontados, também, só que por um número menos expressivo de professores: a falta de incentivo da administração escolar; falta de interesse dos alunos e falta de suporte e orientação sobre a elaboração de projetos, o que dificulta o envolvimento em todo o processo.