Lauri João Marconatto Dissertação na íntegra
 

Título: Evasão Escolar no Curso Técnico Agrícola na Modalidade de EJA da Escola Agrotécnica Federal de Rio do Sul - SC

Resumo: O Decreto no 5.478/2005 instituiu, no âmbito das Instituições Federais de Educação (IFE’s), o Programa de profissionalização na modalidade de EJA que alterado pelo decreto no 5.840/2006, define o Programa Nacional de Integração da Educação Profissional à Educação Básica na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos (PROEJA). Este Programa traz para as IFE’s um novo desafio, que é atender uma parcela da população que não obteve oportunidade de educação básica de nível médio e educação profissional na idade regular. A Escola Agrotécnica Federal de Rio do Sul (EAFRS) imediatamente acatou a criação do PROEJA e já em 2005 deu início à elaboração do Projeto Pedagógico do Curso. Optou-se por implantar o curso nos moldes da Pedagogia da Alternância, articulado com o ensino médio de forma integrada. Foram disponibilizadas 25 vagas, ocorreram 38 inscrições para o ingresso, apenas 27 realizaram a entrevista e foi oportunizada e realizada a matrícula aos 27. No segundo semestre, apenas 15 alunos retornaram para a escola, sendo que dois destes mudaram para o curso subsequente e 12 se evadiram. Com o objetivo de compreender as causas da evasão escolar desses alunos, foi usada, na investigação, a análise da literatura sobre políticas de educação profissional e educação de jovens e adultos, bem como, pesquisas sobre evasão escolar, ainda foi realizada a análise de documentos oficiais, projeto pedagógico do curso, registros escolares, relatórios e atas de reuniões da EAFRS. Como instrumento de coleta de dados foi aplicado um questionário, aos alunos matriculados no curso que evadiram e outro aos que permaneceram. A pesquisa indicou que no Curso Técnico Agrícola da EAFRS, oferecido na modalidade de EJA, a grande maioria dos alunos trabalha e possui renda familiar de até quatro salários mínimos e são filhos de pais com baixa escolaridade. Apontou ainda que 36% dos alunos evadiram devido à dificuldade em conciliar horário de estudo com o trabalho, 46% evadiram por precisar ou desejar trabalhar, para a sua subsistência ou para manter o padrão de vida dele e da família e 18% por não se adaptarem a escola. Desta forma foi determinante para evasão a forma de oferta do curso, horário diurno e modo de alternância, bem como a exclusão de outros já no processo seletivo, de forma que para constituir uma segunda turma não houve candidatos. Concluímos que a formação nessa modalidade para atender àquele que já constituiu família e trabalha, deveria ser ofertada na comunidade do aluno, em dias alternados ou à noite.