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Título:Vida Acadêmica dos Alunos do Curso Técnico em Agropecuária Integrado ao Ensino Médio no Sistema de Internato: Percepções e Desafios.
Resumo: Este trabalho investigou a vida acadêmica dos alunos do Curso Técnico em Agropecuária Integrado ao Ensino Médio no sistema de internato e sua trajetória nesse tipo de regime escolar, avaliando o próprio sistema de internato e a influência deste em sua vida pessoal e acadêmica. Participaram desta pesquisa 40 alunos internos, de 1ª série, do sexo masculino, de 14 a 18 anos e 16 professores. Para os alunos, foi utilizado um questionário semiestruturado versando sobre número de ocupantes do quarto, opinião sobre o internato, o de que mais gostavam e o de que menos gostavam, influência para o desempenho escolar, o que mudariam e o que deveria ser mantido. Para os professores foi utilizado questionário abordando as diferenças no rendimento escolar dos internos e dos não-internos e as diferenças nas relações interpessoais entre eles. As respostas foram categorizadas à luz da análise de conteúdo de Bardin. Dos alunos pesquisados, 80% afirmaram que essa é uma experiência boa; 90,48% consideraram-no positivo para o desempenho escolar; para 65%, as interações sociais são o que mais gostavam; aspectos negativos como calor nos quartos e desentendimentos representaram 48% dos entrevistados; 31,37% gostariam de mudar a infraestrutura, enquanto 19,21% diminuiriam o número de colegas por quarto; 31,82% afirmaram que não mudariam as regras; e 20,45% não trocariam os colegas do quarto. Dos professores pesquisados, 75% afirmaram que há diferenças entre os internos e os não-internos; 45% destacaram o valor positivo deste sistema de ensino; 20% destacaram o compromisso que deveriam ter com os estudos; 15% ressaltaram que o não-interno tem um maior rendimento escolar. Nas relações interpessoais, 65% dos docentes afirmaram que os internos são mais amigos entre si e com demais; 20% confirmaram que os internos são mais carentes de família; para 10% os não-internos são mais seguros nas relações de amizades. Esses resultados indicam que as relações interpessoais foram valorizadas pelos alunos e professores e o valor positivo dessa condição de vida para o desempenho escolar, pois esses adolescentes não possuem laços familiares próximos, ficando sujeitos a depender de amizades. |
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