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Título:
Aspectos políticos e ideológicos do controle de acesso à
internet no campus sombrio do Instituto Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia Catarinense.
Resumo: O acesso à internet no
cotidiano de instituições componentes da Rede Federal de
Educação Profissional eTecnológica (RFEPT)é
uma necessidade que extrapola a dimensão pedagógica, pois
se estende à dimensão técnico-administrativa e comunicativa
dos sujeitos da comunidade escolar. Os alunos queestudam em boa parte
destas instituições precisam da internetnão só
como ferramenta pedagógica, mas também como ferramenta de
sociabilidade, de lazer ou mesmo de informação. Entretanto,
os setores responsáveis pela gestão deste tipo de serviço
nas instituições da RFEPT costumam impor determinados limites
e/ou regras de acesso à internet que nem sempre expressam igualdade
de condições de acessibilidade. Essa desigualdade se expressa
tanto na qualidade e potencialidade dos equipamentos como no controle
do tempo de acesso e do conteúdo a ser consultado e depende do
segmento escolar a que pertencem os sujeitos ou mesmo de sua posição
na hierarquia institucional. Diante deste problema, tomamos como objeto
de estudo os aspectos políticos e ideológicos do controle
de acesso à internet no Campus Sombrio do Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia Catarinense (IFC/Sombrio).Nosso
objetivo é compreender a relação de poder expressa
na gestão do acesso à internetdesta instituição
e suas implicações no trabalho educativo.Partimos da hipótese
de que a gestão dos recursos de informática, em especial
a definição dos perfis de acesso à internet, seguem
a determinada configuração de relação de poder
marcada pela falta de democracia, pela ausência de critério
de equidade e por seu caráter excludente.O IFC é gerido
de acordo com normas administrativas e diretrizes pedagógicas prescritas
pela Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica
(SETEC), configurando-ocomo uma unidade similar aos demais 38 institutos
federais espalhados pelo território nacional. Para o levantamento
de dados, tomamos como instrumentos: a observação não
participante; questionários fechados; entrevistas; e fontes bibliográficas
primárias. Constatamos que existe confusão acerca das definições
de acessibilidade na política de acesso. Não há regras
claras de acesso e nem de acessibilidade sendo os alunos os mais prejudicados,
pois são eles que possuem piores condições de acesso
e sofrem com os bloqueios estabelecidos.Os bloqueios são realizados
para garantir aumento da velocidade,a revelia dos gestores, exceto o responsável
institucional pelas Tecnologias da Informação. O que podemos
perceberé que as políticas são aplicadas para satisfazer
a técnicos e docentes, já que apenas os alunos são
submetidos a esses bloqueios. A título de conclusão, podemos
afirmar que as tecnologias, em especial o acesso à internet, servem
como “pano de fundo” para a materialização das
relações de poder existente no IFC/Sombrio. |
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